Aos desavisados freqüentadores de salões de beleza, o que
pode parecer uma solução milagrosa para pôr fim aos cabelos crespos, para a
saúde é uma grande ameaça. Em relação às denúncias envolvendo os riscos de
alisantes clandestinos, produzidos a partir de concentrações elevadas de
formol, principalmente no Rio de Janeiro, a Anvisa alerta sobre a necessidade
de o consumidor tomar alguns cuidados básicos na escolha e uso desses produtos,
considerados de risco potencial, por conter substâncias tóxicas que exigem
controle rigoroso.
Telma Piacesi, técnica da Vigilância Sanitária do Rio de
Janeiro, a partir das amostras recolhidas e analisadas, atestou que os
alisantes são mesmo caseiros, não sendo fabricados por nenhum laboratório.
"Confirmamos que nos próprios salões as pessoas estavam misturando formol,
queratina e cremes e aplicando nas clientes", afirma.
Em primeiro lugar, o usuário deve verificar se o produto é
registrado na Anvisa/Ministério da Saúde, como determina a Lei 6.360/76. Para a
obtenção do registro, o responsável deve apresentar à Anvisa uma série de
documentos e informações técnicas referentes à composição, para assegurar a
segurança e a eficácia, segundo a finalidade pretendida. As informações são
então analisadas pela Gerência-Geral de Cosméticos da Anvisa, com base em
regulamentação específica. Outro ponto importante diz respeito à formulação do
produto, que somente será registrado caso atenda às exigências estabelecidas na
legislação sanitária, sendo que o seu uso correto, em geral, não implica em
danos para a saúde.
A gerente-geral de Cosméticos da Anvisa, Josineire Sallum,
esclarece: "quando o produto não está registrado, sua composição não foi
avaliada e o produto pode conter substâncias proibidas ou de uso restrito, em
condições e concentrações inadequadas ou não permitidas acarretando riscos à
saúde da população. Nesse caso, o consumidor não deve utilizar o produto e deve
acionar o órgão de Vigilância Sanitária de sua cidade".
Quanto à incidência da substância formaldeído em cosméticos,
a legislação permite sua utilização apenas como conservante ou endurecedor de
unhas e proteção de cutículas, em condições específicas a partir de
concentrações baixíssimas e contendo as devidas advertências na rotulagem nos
produtos.
A utilização indevida do formol na composição de alisantes,
conforme foi detectado pela Vigilância Municipal do Rio de Janeiro nas fórmulas
apreendidas e segundo a literatura técnico-científica atual, representa sérios
riscos. Os vapores dessa substância são altamente agressivos às mucosas, olhos
e aparelho respiratório, podendo provocar asma. Além de irritação e dermatites,
o uso tópico - em soluções concentradas - causa branqueamento e endurecimento
da pele, originando reações de sensibilização, aumento de rigidez e perda de
sensibilidade no local exposto ao contato da fórmula clandestina.
Fonte: http://portal.anvisa.gov.br/
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